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FABIANA GONDIM

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Viver bem todo mundo tem certeza que sabe, mas o mistério por trás de tudo é: como desaprender e reaprender a viver maravilhosamente bem. Sempre pedi a Deus um ano sabático. E esse período chegou. Estarei mentindo se falar que ter um câncer só tem o lado ruim, porque isso é mentira.

O câncer é um doença que faz suas células se multiplicarem loucamente e eu achava essa descrição da doença muito parecida comigo. Eu era muito acelerada e aprendi que quem tem de ditar o meu ritmo sou eu e não as circunstâncias ou as outras pessoas.

O ritmo de trabalho intenso é o que mais nos tira do foco de um checkup feminino completo e bem feito. Reaprendi que eu poderia ter trabalhado menos e me dedicado mais a minha família. Que para uma mulher ser bem sucedida, ela não precisa ser uma CEO, executiva ou excelente administradora. Temos de ser uma mãe dedicada, administrar bem nosso corpo e a nossa cabeça. Aí sim, bateremos todas nossas metas.
 

Reaprendi a falar não quando não gosto e que não preciso ficar do lado de gente amarga e complicada. Isso aumenta o cortisol!
 

Reaprendi que se a alimentação não é saudável porque estamos com pressa, futuramente vamos gastar mais tempo em algum tratamento de saúde. Não podemos ter mais arrependimento depois que passamos por tudo isso para não virar lamento. O lamento é o que mata nossa alma.
 

Sou muito grata a Deus por ter aprendido a me ouvir e, com isso, ser mais serena e ter auto controle quando, por exemplo, preciso adiar meus planos. Se eu tivesse tido qualquer outra doença, eu não teria enxergado o quanto precisaria mudar.

Não se enxergar bonita e mesmo assim ficar feliz é um dos maiores aprendizados. Quando você se olha no espelho e não se vê mais é onde inicia-se a busca pelo seu interior. E literalmente você se vê nua em frente ao espelho. É nesse exato momento que sobra quem você é de fato.

A mastectomia é o ponto mais importante porque você se vê livre do seu inimigo. E quando o médico lhe comunica que vai tirar sua mama toda sem reconstrução você é capaz de dar graças a Deus. Eu queria tanto terminar de criar minhas filhas e ver meus netos que achei até pouco dar só uma mama, eu daria até um braço também.


Uma vez que você se torna paciente oncológico, sempre paciente oncológico. E não vou mentir. Ter a consciência e um pontinho de medo de que a doença volte é o que nos faz não voltar a ter comportamentos que possam nos fazer correr riscos novamente.

No final do tratamento e que tudo deu certo é a parte da cura espiritual, quando você fica grata por tudo que passou. Hoje sou grata até por ter tido um câncer. Foi um verdadeiro #detoxdealma.

Agradeci o primeiro vento que senti balançar os meus fios, agradeci que não tinha mais cílios e que mesmo assim podia enxergar a vida de uma outra forma, agradeci o dia que parti o cabelo pela primeira vez e poder estar com minha família em momentos especiais e estar podendo compartilhar a minha história com quem está precisando.
 

Depoimento de Fabiana Gondim

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