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Estudo inédito revela a atual assistência do câncer de mama no país

Um estudo inédito no país identificou a situação atual da assistência aos pacientes com câncer de mama. Um dos dados mais interessantes coletados foi a descoberta que pacientes com menos de 40 anos apresentaram menos casos de doença no estágio I (19% versus 27%), e mais o câncer de mama localmente avançado, no estágio III (36% vs. 25%), quando comparado àquelas com mais de 40 anos no momento do diagnóstico.

Os dados sociodemográficos, clínico-patológicos, de tratamento e desfechos da doença foram coletados através análises dos prontuários médicos e entrevistas com quase 3 mil pacientes de 24 instituições de saúde públicas e privadas, com diagnóstico a partir de janeiro de 2016, dos estados do Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

Essas pacientes incluídas no levantamento serão acompanhadas por cinco anos após o diagnóstico.

O responsável pela realização do estudo Amazona III foi o Grupo Brasileiro de Estudos do Câncer de Mama (GBECAM), em parceria com a Latin American Cooperative Oncology Group (LACOG) e o Instituto Avon.

Estudo sobre o câncer de mama

A pesquisa contou com 2.950 mil voluntárias, a partir de 18 anos, diagnosticadas com câncer de mama no período de janeiro de 2016 a março de 2018, com estágios clínicos entre I e IV.

A média de idade ao diagnóstico do câncer de mama foi de 53 anos, sendo que 43% tinham menos de 50 anos. O estudo identificou também que 68% das pacientes apresentavam estágio clínico II-III ao diagnóstico, considerada doença localmente avançada.

Este número reforça os dados apresentados sobre o método de diagnóstico, que apenas 34% dos casos foram detectadas através de rastreamento assintomático, com a realização de exames de imagem de rotina, enquanto o restante descobriu a enfermidade através de algum tipo de sintoma. Essa informação sugere que as mulheres não estão realizando a rotina de visita ao ginecologista e a realização de exames de rastreamento do câncer de mama com regularidade.

Um dos dados mais interessantes coletados foi a descoberta que pacientes com menos de 40 anos apresentaram menos casos de doença inicial, no estágio I (19% versus 27%), e mais o câncer de mama localmente avançado, no estágio III (36% vs. 25%), quando comparado àquelas com mais de 40 anos no momento do diagnóstico.

A imuno-histoquímica confirma dados da literatura médica: cerca de 2/3 dos casos são RH positivos; cerca de 20% dos casos são HER2/neu positivos; cerca de 19% dos casos são triplo negativos.

Estadio localmente avançado/metastático é visto em 31% das pacientes, enquanto que carcinoma in situ é diagnosticado em somente 3-5% das pacientes, em grande contraste com países desenvolvidos.

Estes dados devem ser confirmados em novos estudos prospectivos, em escala nacional, mas já reforçam a importância da revisão da idade indicada para a realização de exames de rastreamento, que hoje no país é de 50 anos, de acordo com o INCA (Instituto Nacional de Câncer), e de 40 anos pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM).

Pacientes de saúde pública x privada

O estudo Amazona III também trouxe um paralelo entre o estágio do diagnóstico e o tipo de seguro saúde, privado ou público.

Os dados mostram que pacientes diagnosticadas no sistema público apresentam doença mais avançada ao diagnóstico, 33% estágio III, enquanto no setor privado apenas 14% dos casos estavam no mesmo estágio.

Já no sistema privado, os diagnósticos do câncer de mama no estágio I representam 41%, enquanto no público, apenas 18%. O estágio clínico ao diagnóstico é um fator prognóstico da doença relacionado com a chance de cura da paciente, portanto é fundamental que as pacientes do sistema público de saúde tenham maior cobertura de rastreamento para aumentar o número de pacientes com diagnóstico do câncer de mama em estágios iniciais.

Câncer de mama no país

Este estudo é de extrema importância para o Brasil, pois esse tipo de neoplasia é a principal causa de morte por câncer em mulheres no mundo, com 60 mil novos casos estimados por ano.

Dentro do cenário brasileiro, o câncer de mama é mais frequente nas regiões Sul (74,30/100 mil) e Sudeste (68,08/100 mil), enquanto a sua mortalidade é maior nas regiões Norte e Nordeste.

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